Novas revoluções |
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Escrito por Gabriel Guidotti |
Segunda, 23 de Fevereiro de 2015 - 10:11 |
A intolerância é uma víbora que impregna seu veneno em pessoas cujos pilares educacionais não sustentam nem as próprias convicções. Ela descarta a cidadania de alguém em função de sua cor, credo, classe ou opção sexual. E, não raro, se utiliza de violência. Que imagem, afinal, o Rio Grande do Sul está passando? Inegavelmente, o preconceito existe e sempre existirá no Brasil, mas foi no Estado onde residiu o protagonismo dos últimos casos registrados pela mídia. Acenda-se o alerta, portanto. Nesta ímpia e injusta guerra atribuída à nossa reputação, é a hora de mostrar valor, constância, em repudiar atos inconsequentes de uma minoria que se considera acima dos outros. O ódio não pode se tornar um modelo sustentável de vida. Começa, assim, uma contenda contra pessoas dominadas por pensamentos inquisidores e intransigentes; aquelas que classificam o ser humano por categorias de superioridade ou inferioridade. A punição deve ser exemplar. A torcida do Grêmio vaiou os que gritavam “macaco”. Os cidadãos de Santana do Livramento, em uma força-tarefa comovente, se uniram para permitir o primeiro casamento homoafetivo dentro de um CTG. Não foi possível pelas condições deixadas pelo incêndio. Documenta-se o crime e valoriza-se a ação das pessoas envolvidas. Exemplos como estes, no futebol e na cultura, ficam para a história, afinal, povo que não tem virtude, acaba por ser escravo. A luta, a nova luta, sustenta-se na imagem do Estado perante o país e o mundo. Uma vez mais provaremos nossos motivos: o preconceito não nos alicerçou. Pra ser livre, ser forte, aguerrido e bravo, é preciso ressoar a integridade dos filhos do Rio Grande do Sul contra um inimigo em comum, que se assemelha a tantos já vencidos. Dessa vez, de cuia na mão e com um afiado amor pela humanidade. Como a aurora precursora de um Estado cultuado pelas tradições e colorido por um povo apaixonado, eis o dever cívico para o momento: conter o preconceito. No tocante à orientação sexual, há de se respeitar aqueles que, por religiosidade ou superstição, sentem-se intimidados pelas novas conjunturas de família. Com conversa e boa vontade, entretanto, antes de esquentar a água do chimarrão o entendimento virá. Sem violência. Da Chama Crioula ao Feriado Farroupilha; de cada região que semeia o desenvolvimento do Continente de São Pedro: a tradição gaúcha é hospitaleira ao ponto de abraçar toda gente, de todas as procedências. O Estado não é racista; tem indivíduos racistas. O Estado não é homofóbico; tem indivíduos homofóbicos. Neste 20 de setembro, chegou o momento de olhar para o passado com o espelho do futuro. Após os tristes episódios ocorridos, que nossas novas revoluções contra o preconceito sirvam de modelo a toda terra. Visite também o blog do aluno: http://gabrielguidotti.wordpress.com/ |
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