Quando um filme tem o desafio de retratar um tema que já foi muito explorado, existe uma grande chance de esbarrar nos clichês e se apegar à mesmice. Não é o caso do argentino Glue, do diretor Aléxis dos Santos.
O longa, exibido na Mostra Zona livre 5 do Cine Esquema Novo, na última quinta-feira (22 /10) na sala P.F Gastal e na sexta-feira (23/10) as 18h30 no Cine Bancários, conta a história de três adolescentes, que estão descobrindo a sexualidade, as alegrias e as dores de se tornar adulto.
A fotografia amarelada, perfeita para um filme que pretende retratar um verão ensolarado num deserto da América do Sul, ajuda a criar o clima de ebulição e descoberta que trata o longa.
A trilha sonora, que vai do indie ao rock argentino, contribui ainda mais para que o espectador entre na pele dos protagonistas.
No entanto, o que chama atenção é a atuação dos atores principais. A liberdade com que compuseram os personagens faz com que ela soe natural, quase como se tivessem passado pelos mesmos dilemas, o que não é muito improvável.
Sem nenhum pudor, a adolescência vai sendo desnudada pelos closes do diretor. A câmera está quase sempre focada nos protagonistas, o que reforça a idéia de que Glue é um filme adolescente e não pretende ser nada mais, além disso.
O roteiro, apesar de priorizar a relação entre os jovens, mostra também os conflitos familiares e a busca pela reconcialição entre os filhos e os pais.
O titulo do filme, que em português significa cola, refere-se não só a droga experimentada pelos garotos, mas pela conexão existente entre eles.
Quem teve a oportunidade de assistir o longa na mostra do Cine Esquema Novo aprovou. Para a estudante de jornalismo, Liege Ferreira o filme foi muito bem feito. "O que mais chamou minha atenção foi a trilha sonora", comenta.
Bruna Del Sasso, estudante de publicidade garante que o filme estava impecável. “O roteiro é super interessante, a fotografia é maravilhosa”, opina a publicitária. |