Como ocorreu em edições anteriores, o Cais do Porto abriga a maior parte das exposições da 7ª Bienal do Mercosul. Ao longo de seus armazéns, localizados à beira do Rio Guaíba, cinco mostras relacionadas ao tema central Grito e Escuta podem ser visitadas nesse espaço. Entre elas, Ficções do Invisível, a qual reúne artistas que colocam em cena sua própria relação com o processo artístico ao expor seus questionamentos internos.
A exposição, que propõe o diálogo entre os artistas e o seu íntimo, conta com 14 obras selecionadas pela curadora argentina Victória Nooorthoorn. Um dos seus destaques é a montagem de pouco mais de um minuto do escritor irlandês Samuel Beckett. O vídeo do cineasta, roteirista e escritor brasileiro Mário Peixoto também chama a atenção. Além de outros artistas brasileiros, Ficções do Invisível inclui obras de artistas da Argentina, Bahamas, Colômbia, França e Reino Unido.
Segundo a curadora Noorhoorn, se a arte é uma representação, os artistas dessa mostra evidenciam o que está por trás da cena. “Se a arte é uma máquina, arrancam a couraça e nos mostram as suas engrenagens. Se é um corpo, expõem os músculos e os órgãos”, comentou.
Essa relação mais visceral entre os artista e a sua obra pode ser observada no trabalho de José Alejandro Restrepo. Em meio a cortinas pretas que emolduram todas as obras dessa exposição, o artista colombiano mescla projeções com casulos e lacraias vivas, em Variaciones sobre el santo job.
A mostra Ficções do Invisível pode ser conferida no Armazém A4 do Cais do Porto, de terça a domingo, das 9 horas às 21 horas. A 7ª Bienal do Mercosul vai até o dia 29 de novembro, sempre com entrada franca. Para outras informações e agendamentos confira o site - |