O urbanista defensor do uso de bicicletas como alternativa para os problemas de transito, Enrique Peñalosa, foi o quarto painelista do Fronteiras do Pensamento, realizado nesta segunda-feira (18/06). Em sua apresentação, o colombiano trouxe conselhos para a criação de "uma cidade mais sustentável e amável", título de sua conferência. O evento ocorreu no Salão de Atos da Ufrgs.
Uma cidade para ser boa, segundo Peñalosa, deve aprender a valorizar seus espaços públicos e permitir que os cidadãos entrem em contato com a natureza, a céu aberto, para desfrutar seu tempo livre, como em parques ou praças. Para que isso ocorra, ele aconselha a criação e ampliação das áreas destinadas à circulação de pedestres, uma mudança que valoriza as cidades e aumenta a qualidade de vida de seus moradores, além de ajudar a desafogar o trânsito.
O palestrante também ressaltou a necessidade de diminuir os espaços destinados aos carros nas calçadas e nas ruas e incentivar o uso dos transportes coletivos ou alternativos. para ele as bicicletas são uma ótima alternativa de locomoção que não polui o meio ambiente, serve como prática de exercício e possui um gasto inferior ao gerado pelos carros. Porém é preciso garantir a segurança dos ciclistas. "A ciclovia tem que ser um direito, não uma obra arquitetônica. Temos que ter infra-estrutura para que os ciclistas se sintam seguros ao andar nas ruas", defendeu o palestrante.
Peñalosa comentou que em algumas cidades já se pensa em novas formas de diminuir os engarrafamentos e melhorar a circulação urbana, sem a construção de mais estradas. Isso acontece através de investimentos no transporte público e criação de programas que limitem a circulação dos carros, como o sistema de rodízio aplicado em São Paulo. "Somente as limitações no uso dos veículos diminui os engarrafamentos", afirmou o urbanista e completou: "as cidades sem carro não são um sonho. Elas existem e tem melhor qualidade de vida, maior valorização dos imóveis e aumento do turismo".
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