Conhecidos como o símbolo da paz, os pombos são aves da família Columbidae que transmitem diversas doenças, principalmente no meio urbano, onde a população aumenta cada vez mais. No Centro Universitário Metodista do IPA, estes animais, muitas vezes, incomodam quem decide comer na Praça de Alimentação.
Para os que conhecem seus hábitos e doenças que ocasionam, é normal ficar receoso com a presença da ave que, fora do seu habitat natural, é conhecida como "rato de asas". É o caso do aposentado Ricardo Purper, frequentador assíduo da Praça que relata ter visto pombos sobre as mesas comendo restos de alimentos, o que ocasiona uma sensação pouco agradável na hora das refeições.
Salete Ferrari, proprietária de uma das lancherias da praça, afirma que as aves só estão lá porque a praça é aberta, e que tem feito o possível para manter seu estabelecimento limpo, já que o resto é responsabilidade da direção.
Segundo o coordenador do Escritório de Projetos da instituição, Marcelo Rigotti, há várias propostas e projetos para serem encaminhados à direção, com o objetivo de fechar a Praça de Alimentação . "A maioria destas propostas exige um longo período para execução, o que inviabiliza o início das obras no período de férias de inverno", explica o funcionário.
Rigotti ainda assegura que um grupo de trabalho foi criado pela Direção Geral para buscar soluções e melhorias para o espaço da Praça de Alimentação. Segundo ele, um dos assuntos mais discutidos é a questão dos pombos. Segundo o coordenador do Escritório de Projetos, o grupo de trabalho já definiu diversas tarefas e um cronograma para execução.
A coordenadora de Graduação, professora Liciane Rosseto, uma das integrantes do grupo de trabalho, afirma que a maior ação que pode ser realizada hoje é a conscientização das pessoas em não alimentar os animais. "Infelizmente basta passar pela praça de alimentação que vemos as pessoas dando migalhas para os pombos", avalia.
A mesma opinião em relação à alimentação dos pombos é compartilhada pelo coordenador do curso de Biologia, do Centro Universitário Metodista do IPA, Amaury Silva Junior. Para ele, não alimentar os animais é o princípio básico. "É uma questão de saúde pública. Os pombos possuem alta capacidade de adaptação e se estabelecem em lugares que possuem grande quantidade de alimentos. O acesso ao alimento é o principal atrativo para que eles se instalarem aos arredores da praça", relata.
O coordenador também ressalta que as doenças causadas por pombos não são poucas, e enfatiza que é a partir das fezes secas dos animais que ocorre a contaminação. "Os pombos não possuem quantidade suficiente de predadores e encontram muito alimento nas grandes cidades. Por isso, vivem cerca de 4 a 5 anos". Ele ainda ressalta que é impossível capturar ou sacrificar pombos, já que isso só pode ser feito com permissão dada pelo IBAMA.
Como forma de prevenção e de solução do problema, Amaury aponta que "basta os animais não encontrarem alimentos, para irem embora". Além disso, segundo o biólogo, é importante sempre manter os lugares umedecidos (inclusive com água sanitária comum), para que as fezes não se tornem secas e sejam inspiradas pelos seres humanos.
Confira, abaixo, uma pequena lista de doenças causadas por pombos e os sintomas:
CRIPTOCOCOSE: Geralmente se apresenta como meningite sub-aguda ou crônica. HISTOPLASMOSE: Pode apresentar doença pulmonar ou não ter sintomas. ORNITOSE: Pode não apresentar sintomas ou causar doença pulmonar, vômito e diarréia. SALMONELOSE: Vômito, diarréia, febre e dores abdominais. DERMATITES: Erupções e coceiras na pele. ALERGIAS: Rinites e crises de bronquite. |