Integrado ao programa da Assembleia Legislativa sobre "Destinos e Ações Para o Rio Grande", ocorreu na manhã de sexta-feira (20/05), no Plenário 20 de Setembro, um debate sobre a "Política de Saúde e o Enfrentamento ao Crack".
Quem passava pelos arredores da Praça Marechal Deodoro da Fonseca, no centro de Porto Alegre, certamente percebeu a movimentação da Brigada Militar e agentes de polícia que estavam no local. O motivo era garantir segurança durante a visita do ministro da Saúde Alexandre Padilha, que junto com outras autoridades da saúde gaúcha se reuniram para debater políticas de combate ao crack no estado.
A atividade contou ainda com a presença do vice-governador do estado, Beto Grill, que ressaltou a importância de se debater uma forma de enfrentar o problema das drogas, tão recorrente no estado, "Este tema é por demais significativo, é um tema que tem preocupado a sociedade brasileira e gaúcha".
O secretário da Saúde no estado, Ciro Simoni, definiu o crack como uma "chaga social gaúcha". Ele comentou também sobre a necessidade de aprimorar as equipes de saúde no combate às drogas, através de injeção econômica e criação de projetos sociais. Simoni comentou também que é preciso dar assistência social aos usuários e não repreendê-los. "o enfrentamento deve ser ao crack, e não ao usuário da droga, pois este precisa de atenção social e tratamento", enfatizou.
O próximo a comentar o assunto foi o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele afirmou que o uso do crack não é apenas uma questão de saúde, mas também um problema social, e, por isso deve ser tratado com ajuda de outros setores do país. Segundo Padilha "Essa é uma luta que deve ser intersetorial. E se somente o setor da saúde enfrentar esse problema, não haverá soluções definitivas". E destacou: "Ninguém enfrenta um tema que está fortemente ligado a fragilidade social só com tratamento médico".
O ministro também citou a necessidade de ampliar as formas de tratamento dos viciados de modo que se busque entender melhor o paciente e o que o levou ao consumo da droga. Segundo ele, este conhecimento poderia servir para a criação de novas formas, ágeis e eficientes, de tratamento do problema. "Se a relação das pessoas com as drogas é diferenciada, só um sistema de prevenção não vai resolver o problema", defendeu o ministro.
Outro tópico abordado por Padilha tratou da necessidade de disponibilizar treinamento e equipamentos para os médicos de emergências, locais que segundo ele, são os mais procurados pelos usuários de drogas que buscam tratamento, "o primeiro local de tratamento que o usuário de crack procura são os centros de urgência e emergência, e estes, devem estar preparados para receber este tipo de paciente".
Representantes das entidades Crack Nem Pensar, Central Única das Favelas (CUFA) e Mães Contra o Crack estiveram presentes e relataram seus esforços no combate ao crack. Para eles, além dos cuidados com a saúde do usuário é preciso também a criação de um programa que ofereça não só apoio social ao paciente, mas também à seus familiares.
Ao encerrar o debate, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, parabenizou o trabalho dos gaúchos no combate às drogas e anunciou que o Ministério da Saúde está a disposição do estado nessa empreitada. E finalizou manifestando seu apoio aos gaúchos: "Contem com o Ministério da Saúde nesta luta". |