Convidado pelo presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (Cosmam) de Porto Alegre, vereador Beto Moesch (PP), o diretor do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Flávio Presser apresentou, nesta terça-feira (27/03), dados sobre as ações do órgão voltadas para diminuir a poluição dos rios da capital. Sua apresentação, porém, foi alvo de críticas da platéia, formada entre outros, por membros de entidades e organizações ligadas à água na Capital.
Entre as informações trazidas por Presser estavam os dados do Programa Integrado Socioambiental (Pisa), projeto que está em implantação na cidade pelo Dmae. Segundo o palestrante, 80% dos esgotos da capital passarão a receber tratamento com a implantação. O participante do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, Iduino de Matos acusou o diretor do Dmae de apresentar dados falsos. "O Dmae não possui controle de mais do que 40% dos esgotos da cidade, o que torna os dados não verdadeiros", argumentou Iduino.
Em outro momento, Presser afirmou que a água servida em Porto Alegre é de altíssima qualidade. Um gráfico do Dmae, apresentado por ele, aponta que o Indice de Qualidade da Água Distribuida na capital (IQAD) é de 90 pontos, portanto, acima da média estipulada pelo Ministério da Saúde, que exige 70 pontos. "Os problemas da água distribuída em Porto Alegre não existem", afirmou o diretor. Entretanto foi criticado pelos presentes, que citaram exemplos de comunidades carentes, onde a água vinda das torneiras possui cheiro forte de esgoto.
Agitado, Presser tentou, durante cerca de 15 minutos, responder aos questionamentos feitos durante o encontro. Porém, com a plateia visivelmente insatisfeita, limitou-se a dizer que anotaria as observações para buscar explicações junto aos técnicos do Dmae. "Todas essas anotações eu vou levar ao Dmae, que é uma entidade transparente. Nós vamos averiguar tudo que foi tratado aqui", ressaltou o diretor.
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